Desenvolvimento Seguro: Práticas para garantir a proteção de dados e sistemas
O ambiente corporativo nunca foi tão repleto de tecnologia, conexões e informações como em nossos dias. Computadores, notebooks, tablets e outros dispositivos e máquinas que interagem continuamente formam uma rede complexa e com incontáveis conexões tornando o desenvolvimento seguro muito importante.
Neste contexto, a importância do desenvolvimento seguro se torna evidente, pois os dispositivos e aplicações não melhoram a segurança digital de maneira automática. Pelo contrário, a segurança diminui com o tempo devido à obsolescência dos softwares e o aumento de vulnerabilidades.
Essas vulnerabilidades em software e aplicações representam portas de entrada para cibercriminosos, que podem explorar essas falhas para roubar dados sensíveis, causar interrupções nos serviços e comprometer a integridade dos sistemas. Estudos recentes apontam que mais de 40% dos ataques cibernéticos ocorrem na camada de software.
Neste artigo você conhecerá mais sobre o desenvolvimento seguro, suas práticas e quais os melhores caminhos para manter ambientes e dados corporativos protegidos.
Continue lendo para descobrir.
O que é o Desenvolvimento Seguro?
O desenvolvimento seguro é uma metodologia que considera e incorpora a segurança durante o ciclo de vida do desenvolvimento de software (SDLC), com a finalidade de criar sistemas que sejam resilientes a ataques cibernéticos e vulnerabilidades de segurança.
Entretanto, é importante ressaltar que a codificação segura é mais do que apenas escrever, compilar e liberar código em aplicativos. Para adotar totalmente o desenvolvimento seguro, você também precisa criar um ambiente baseado em uma infraestrutura de TI confiável e protegida, que envolva hardware, software, serviços e provedores seguros.
Seguro contra o quê? As principais ameaças aos dados e sistemas
Uma das razões para a metodologia do desenvolvimento ser tão abrangente quanto o ciclo de vida do desenvolvimento de software são as muitas vulnerabilidades, tipos de ataques e riscos existentes. Conheça alguns das principais:
- Injeção de Código
Injeção de SQL (SQL Injection): uma vulnerabilidade onde os atacantes inserem código SQL malicioso em consultas de banco de dados, permitindo acesso não autorizado a dados sensíveis.
Injeção de Comando (Command Injection): implantação de comandos maliciosos em sistemas operacionais através de aplicativos vulneráveis.
- Cross-Site Scripting (XSS)
Já o XSS é uma tática onde os atacantes injetam scripts maliciosos em páginas web visualizadas por outros usuários, roubando potencialmente dados de sessão ou redirecionando essas conexões para sites maliciosos.
- Vulnerabilidades em API (Application programming interface)
As APIs mal configuradas ou mesmo inseguras podem expor dados, ou ainda permitir a execução de operações não autorizadas.
- Autenticação e gerenciamento de sessões quebrados
Um aplicativo da Web com a autenticação e o gerenciamento de sessões inadequados possibilitará que os invasores consigam o acesso não autorizado a contas de usuários e roubem informações confidenciais.
- Buffer Overflow
Uma técnica que consiste na exploração de falhas de programação, onde dados excessivos são escritos em um buffer, permitindo execução de código malicioso.
Quando invasores conseguem explorar essas falhas e executar ataques os prejuízos podem ser inúmeros, envolvendo diversos ativos da empresa: dados sensíveis, sistemas e, consequentemente, resultar em prejuízos financeiros para os negócios.
Por isso, vejamos agora como podemos adotar práticas para um desenvolvimento seguro nas aplicações.
Como implementar em Aplicações Web
A implementação de uma metodologia para a segurança em aplicações envolve uma série de práticas, ferramentas e processos que garantem a proteção dos dados e a integridade dos sistemas, mas sempre existem os passos básicos para iniciar a adoção dessas medidas, onde destacamos os principais:
Planejar e estabelecer os requisitos de segurança
Como uma metodologia que envolve todo o ciclo de desenvolvimento, é essencial que o processo de implementação da SDLC comece com uma avaliação dos riscos, identificando e avaliando as ameaças potenciais que podem afetar a aplicação web.
Após essa avaliação ficará mais fácil especificar os requisitos de segurança desde o início do projeto, considerando a conformidade com regulamentações relevantes, como por exemplo, a Lei Geral de Proteção de Dados.
Estabelecer um design e uma codificação segura
A modelagem e a arquitetura são fases muito importantes na segurança de aplicações. Por isso, a validação de entradas dos usuários, incluindo os campos de formulários e os parâmetros de URL serem testados, validados e higienizados, garantindo a proteção e evitando, assim, ataques de injeção, entre outros.
Trabalhar a autenticação e autorização
Outro passo essencial é a implementação da autenticação robusta (como MFA – autenticação multifator) e controles de autorização para garantir que apenas usuários autorizados acessem recursos apropriados e que essas autorizações obedeçam ao critério do Privilégio Mínimo, onde o acesso é dado apenas aos recursos que efetivamente precisem ser utilizados pelos usuários.
Garantir proteção nas comunicações
A utilização dos protocolos HTTPS e SSL/TLS para criptografar os dados transmitidos entre o servidor e o cliente, também entram nesse processo de segurança das aplicações, evitando espionagem e adulteração de dados.
Definir um tratamento e registro dos erros
Como o próprio processo de desenvolvimento, a segurança para as aplicações necessita de mecanismos adequados de tratamento e registro dos erros, para identificar vulnerabilidades de segurança e responder adequadamente aos incidentes.
Realizar testes de segurança estáticos e dinâmicos nos softwares
A esteira de desenvolvimento deve, portanto, prever diversos testes de segurança ao longo do projeto do software. Em primeiro lugar, o código-fonte deve ser testado por ferramentas de SAST (Static Application Security Testing), que verificam problemas na própria escrita do código. Essas ferramentas avaliam aspectos como a escolha de bibliotecas vulneráveis ou a falta de higienização do código.
Posteriormente, o software executável deve passar por ferramentas de DAST (Dynamic Application Security Testing). Este tipo de teste examina o software em execução e simula o seu comportamento de segurança durante essa execução. Dessa maneira, é possível identificar falhas que não apareceram nos testes de SAST e, assim, corrigi-las antes de o software entrar em produção.
Atualizações e melhorias regulares
Por fim, é indispensável manter os aplicativos Web e seus componentes subjacentes atualizados com os patches e atualizações de segurança mais recentes para solucionar vulnerabilidades conhecidas.
Investindo em desenvolvimento seguro: importância e benefícios para sua empresa
Agora que já examinamos as ameaças e algumas práticas do desenvolvimento seguro, é essencial que você conheça os benefícios de investir nesse tipo de capacitação para suas equipes de desenvolvimento de software, bem como os impactos para seus negócios.
1. Redução de riscos em seus negócios
Implementar as práticas de desenvolvimento seguro minimiza a probabilidade de vulnerabilidades no software, reduzindo também o risco de ataques cibernéticos e violações de segurança. Tal processo pode proteger a sua empresa contra danos financeiros, perda de dados e interrupções operacionais.
2. Conformidade com regulamentações
Outro benefício do desenvolvimento seguro é a conformidade com as regulamentações e normas de segurança, como GDPR, LGPD e outras leis específicas do setor. Essa conformidade evita multas, penalidades legais e a necessidade de responder a processos judiciais.
3. Melhoria da reputação
Empresas que possuem um compromisso com a segurança conquistam a confiança de clientes, parceiros e investidores. Uma forte reputação em segurança pode ser um diferencial competitivo para seus negócios, agregando parcerias estratégicas.
4. Continuidade dos Negócios
Essas práticas que citamos aqui também garantem a integridade e a disponibilidade dos sistemas críticos de seus negócios, evitando interrupções que podem afetar a produtividade e a receita. A continuidade operacional é vital para manter a confiança dos clientes e parceiros.
5. Resiliência organizacional
Por fim, o desenvolvimento seguro pode contribuir para a resiliência geral da sua empresa, permitindo uma resposta rápida e eficaz a novos desafios de segurança. Empresas com práticas de segurança bem estabelecidas são mais capazes de se adaptar e se defender contra ameaças emergentes.
O desenvolvimento seguro é essencial para todas as empresas
A tecnologia continuará seguindo o caminho da evolução e as empresas também, agregando cada vez mais soluções que envolvam as aplicações da web. Por outro lado, as ameaças seguirão crescendo também, exigindo das organizações uma integração da segurança em todas as fases do ciclo de vida do desenvolvimento de software, desde o planejamento até a implantação.
O nosso objetivo é que esse breve artigo tenha ajudado a elucidar a importância de priorizar o desenvolvimento seguro, a fim de proteger seus ativos e garantir a continuidade dos negócios em um ambiente digital em constante evolução.
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