A importância do Desenvolvimento Seguro nas empresas
Não importa se você utiliza dispositivos móveis, desktops, servidores ou dispositivos incorporados, implementar desenvolvimento seguro, ou código seguro, é importante para todos os softwares!
O desenvolvimento seguro possui como finalidade introduzir mais uma camada de proteção contra os ataques cibernéticos. O seu papel é remover as vulnerabilidades de segurança do software, evitando que elas sejam exploradas.
Uma aplicação vulnerável (ou computador pessoal, servidores ou dispositivo móvel) pode permitir a ação de hackers. Eles podem assumir o controle do dispositivo, resultando em perda de serviços, comprometimento de dados e danos ao sistema. Podem ainda roubar e vazar dados confidenciais, como dados pessoais sensíveis, histórico médico, informações de cartão de crédito e todo tipo de informação financeira – dados estes sujeitos a regulações da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, a LGPD.
Portanto, é imprescindível se familiarizar com as técnicas e ferramentas de apoio a essa prática. Mas antes de elencarmos as práticas, é preciso descrevermos o que é um Desenvolvimento Seguro.
Desenvolvimento Seguro
O desenvolvimento seguro é um conjunto de práticas que aplica considerações de segurança sobre como o software será codificado para eliminar ou mitigar vulnerabilidades da aplicação que poderão ser exploradas em ataques cibernéticos.
A maioria das vulnerabilidades se origina de um número pequeno de erros comuns de programação de softwares. Bugs, defeitos e falhas lógicas são as principais causas destas fragilidades de softwares e costumam ser exploradas.
Aqui entra o papel da codificação segura: os seus padrões introduzem proteções que reduzem ou até eliminam o risco de deixar o software desprotegido. O processo de considerações sobre as melhores práticas e planos para o código seguro, acontecem logo após a definição de um projeto e seus requisitos para usuários e sistemas.
Além disso, o desenvolvimento seguro também traz benefícios como:
- Redução dos custos com retrabalho
- Diminuição do número de incidentes
- Atendimento às regulamentações e legislação de dados
- Diminuição do tempo de manutenção de softwares
Vulnerabilidades comuns de segurança que afetam o código[1]
As falhas e vulnerabilidades de segurança nos softwares não apenas colocam em risco os usuários, como também toda a reputação de uma empresa e os responsáveis pelo desenvolvimento do desenvolvimento seguro.
Dentre as vulnerabilidades, as mais comuns são:
Falhas de injeção: As falhas de injeção ocorrem quando dados não confiáveis são enviados como parte de um comando ou consulta. O ataque pode então enganar o sistema alvo para executar comandos não intencionais.
Cross-Site Scripting (XSS): Agentes não confiáveis podem aproveitar as falhas de cross-site scripting para executar seus próprios scripts no sistema de destino.
Exposição de dados confidenciais: dados confidenciais — como endereços, senhas e números de contas — devem ser protegidos adequadamente.
Uso de componentes com vulnerabilidades conhecidas: Os componentes são compostos de bibliotecas, frameworks e outros módulos de software. Muitas vezes, os componentes são executados com os mesmos privilégios de seu aplicativo. Se um componente for vulnerável, ele pode ser explorado por um agente não confiável.
Falta de registro e/ou monitoramento: Processos de registro e monitoramento insuficientes são perigosos. Isso deixa seus dados vulneráveis a adulteração, extração ou até destruição.
Autenticação quebrada: As funções do aplicativo de autenticação e gerenciamento de sessão precisam ser implementadas corretamente. Caso contrário, cria uma vulnerabilidade de software que pode ser explorada por agentes não confiáveis para obter acesso a informações pessoais.
Controle de acesso quebrado: As restrições do usuário devem ser devidamente aplicadas.
Entidades Externas XML (XXE): XML é um formato de dados popular usado em serviços da Web, documentos e arquivos de imagem. Você precisa de um analisador XML para entender os dados XML. Sua configuração incorreta pode ser perigosa.
Configuração incorreta de segurança: As configurações incorretas de segurança podem ser resultado de: Configurações padrão inseguras, configurações incompletas, cabeçalhos HTTP mal configurados ou mensagens de erro detalhadas que contêm informações confidenciais.
Desserialização insegura: As falhas de desserialização geralmente resultam na execução remota de código.
10 práticas de Desenvolvimento Seguro
Embora sejam muitos os riscos da sua falta de desenvolvimento correto, é possível construir um código seguro que proteja toda a empresa. Porém, é preciso se atentar a detalhes e boas práticas em seu desenvolvimento.
As dicas abaixo valem para todo o processo de construção e verificação do código:
- Validação de entrada de dados
Isso abrange vários aspectos da fonte e da validação de dados. Por exemplo, um campo do tipo Número Inteiro não deve permitir a inserção de letras e caracteres especiais. As verificações de validação de dados ajudam a proteger os aplicativos da Web contra ataques cibernéticos.
- Monitoramento do status de segurança de seus fornecedores
Você pode seguir estritamente as práticas de codificação seguras e as políticas de segurança, mas seus fornecedores podem não proteger sua codificação com o mesmo vigor. Para evitar que violações de segurança de terceiros afetem seus negócios, é necessário estabelecer uma barreira entre seus dados confidenciais internos e seus fornecedores.
- Autenticação e gerenciamento de senhas: A codificação também envolve arquitetura de software.
- Segurança de comunicação: avisos sobre como proteger dados durante o trânsito, por exemplo, usando conexões TLS.
- Teste de segurança de aplicativos dinâmicos (DAST)
Depois que um software for totalmente desenvolvido, ele deve ser executado em uma série de cenários de ataque cibernético que pode encontrar quando implantado. Esse processo de teste de software operacional é conhecido como Dynamic Application Security Testing, ou DAST.
O DAST examina a resiliência funcional do software. Se executado corretamente, o DAST descobrirá todas as vulnerabilidades de segurança que aparecem apenas quando o software está em uso. Esta é uma prática de codificação segura essencial que deve ser integrada em todos os ciclos de vida de desenvolvimento de software.
- Proteção de dados: As diretrizes para a proteção de dados incluem recomendações sobre como armazenar senhas com segurança e como evitar vazamentos de dados via HTTP GET.
- Práticas Criptográficas: Quaisquer módulos criptográficos usados devem ser compatíveis com FIPS 140-2 ou um padrão equivalente.
- Padrão de codificação segura: Desenvolva e/ou aplique um padrão de codificação segura para sua plataforma e linguagem de desenvolvimento de destino.
- Manipulação e registro de erros: Esta é uma área crucial e que, se não for codificada com segurança, pode vazar dados.
- Broken Access Control (Controle de Acesso Quebrado)
Eleito como o principal risco de segurança de aplicativo da web pela OWASP 2021, o controle de acesso impõe que os usuários não possam agir fora de suas permissões pretendidas. As falhas geralmente levam à divulgação, modificação ou destruição de informações não autorizadas de todos os dados, ou à execução de uma função comercial fora dos limites do usuário.
Agora que você conhece as principais práticas para o desenvolvimento seguro no seu projeto, é importante procurar parceiros confiáveis no mercado de segurança cibernética. Nós da CECyber oferecemos os maiores e mais completos treinamentos em cybersecurity do país! Conheça nossos serviços!
[1] Dados baseados nos relatórios da OWASP 2017 [https://owasp.org/www-project-top-ten/2017/Top_10] e OWASP 2022 [https://owasp.org/Top10/].
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