Os ataques cibernéticos são um problema para a segurança desde o início da Internet, lá em 1983. A primeira ameaça digital, o worm, foi, na verdade, um teste em uma rede. Entretanto, desde então os ataques cibernéticos se aprimoraram e só aumentaram. De 2020 a 2021, os ciberataques aumentaram 31%, de acordo com o relatório “State of Cybersecurity Resilience 2021”, da Accenture.
Esse aumento dos ataques cibernéticos é consequência de diversos fatores, tais como:
- O aumento significativo no volume de dados
- Uma superfície digital cada vez mais ampla
- Obsolescência das medidas adotadas pelas empresas
- Falta de mão de obra qualificada e alta demanda de segurança nas empresas
- A migração de grande parte da força de trabalho nas empresas para o home office ou os co-workings.
Mais do que nunca, é preciso entender as principais estratégias e tipos de ataques cibernéticos mais comuns. Separamos os principais para você conhecer.
Os tipos de ciberataques mais executados
Os ciberataques estão cada vez mais presentes e comuns na superfície digital. Em 2021, o Brasil sofreu mais de 88,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, um aumento de 950% em relação a 2020, segundo dados da Fortinet.
Mas, afinal, o que define um ataque cibernético? Um ataque cibernético é o termo utilizado para definir uma tentativa de obter acesso não autorizado a um sistema, máquina ou dispositivo com objetivos maliciosos: desabilitar, interromper, destruir ou obter controle do ativo.
As motivações podem variar entre interesses econômicos, ideológicos ou até de poder. Entre os ciberataques mais comuns, podemos destacar:
Malwares – o escopo das ameaças
O primeiro ataque da nossa lista é o malware, uma abreviação para software malicioso, funcionando como arquivo ou código que se instala em uma rede ou máquina. Como um software, o malware abrange diversos tipos de ameaças cibernéticas, tais como:
- Trojans – um programa infiltrado em um software legítimo, com objetivo malicioso, como a instalação de backdoor para exploração de outros ataques.
- Ransomwares – os famosos sequestradores de dados, que criptografam e impedem o acesso aos dados, solicitando o pagamento de um resgate para liberação dos arquivos, muitas vezes sob a ameaça de vazamento, publicação ou exclusão.
- Vírus – uma das ameaças mais comuns no mundo digital, tornando-se até uma definição popular para todos os ataques cibernéticos. Os vírus são softwares ou códigos desenvolvidos para danificar sistemas e máquinas, excluir arquivos e se espalharem por diversos dispositivos.
- Worms – são programas independentes que se propagam pelas redes e computadores maliciosos.
Os desenvolvedores de malwares sempre criam essas ameaças com um objetivo em mente, podendo utilizá-los para:
- Conceder acesso remoto a uma máquina para o invasor
- Roubar dados confidenciais
- Negar acesso aos componentes críticos da rede
- Interromper o funcionamento de um sistema.
Pioneiros e persistentes, os malwares são os tipos mais comuns de ciberataques no mundo digital e não podemos subestimar os potenciais riscos que eles representam para a segurança.
Phishings – a ameaça desenvolvida para fisgar dados
Phishings são um dos ataques cibernéticos mais comentados nos últimos anos. Não é para menos, os pescadores de dados aumentaram seus ataques em 70% durante a pandemia, de 2020 a 2021, segundo dados da Sophos.
Criado há mais 25 anos, o phishing é classificado como o ataque da pescaria porque utiliza técnicas de engenharia social e persuasão para atingir suas vítimas.
Através de e-mails fraudulentos bem elaborados, o atacante envia links com arquivos maliciosos para infectar a máquina do alvo ou que redirecionam a vítima para uma página falsa, onde o usuário fornece seus dados, confiando na legitimidade da origem.
Ao longo dos anos os cibercriminosos reinventaram os caminhos e táticas do phishing, sendo que atualmente existem diversos tipos de pescadores de dados:
- Spear Phishing — ataques direcionados a empresas e/ou indivíduos específicos.
- Baleia — ataques direcionados a executivos seniores e partes interessadas dentro de uma organização.
- Pharming — aproveita o envenenamento de cache DNS para capturar credenciais do usuário por meio de uma página de destino de login falsa.
- SMShing — ataque que utiliza envio de mensagens de textos falsas, com links maliciosos.
- Vishing — explora ligações para persuadir as vítimas a fornecerem seus dados.
Apesar de antigo, o phishing continua sendo um meio muito comum de ataque cibernético, alcançando bastante sucesso em suas campanhas. Muitas empresas contratam empresas de segurança da informação para realizarem, voluntariamente, as chamadas “Campanhas de Phishing”, onde os especialistas contratados criam e-mails e páginas propositalmente falsas e as enviam para os funcionários da empresa, para avaliar a Conscientização em Segurança da Informação. Os resultados destas campanhas podem auxiliar gestores a tomar decisões de investimento em capacitação em segurança da informação.
Ataques DoS – Inundação para a negação
Diferentemente de outras ciberameaças, os ataques de DoS — Denial-of-Service, traduzido como negação de serviço, não possuem o objetivo de roubar informações, mas de saturar os recursos de um sistema, para torná-lo indisponível. Basicamente, o ataque DoS inunda sistemas, servidores e/ou redes com tráfego para sobrecarregar recursos e largura de banda.
Além do DoS, também existem os ataques DDoS — ataques de negação de serviços distribuídos — que também operam para obter a negação de serviço ou para derrubar um sistema, mas utilizam várias máquinas host, com objetivo de abrir caminho para outros ciberataques.
Os ataques TCP SYN flood, DDoS DNS Amplification, Teardrop, Smurf, ping-of-death e botnets são alguns exemplos de ataques DoS e DDoS.
Zero Day – explorando vulnerabilidades
Não são só os desenvolvedores que estão sempre de olho nas vulnerabilidades, os cibercriminosos também. O Zero Day Exploit é o ataque de exploração de uma vulnerabilidade recém-descoberta, para qual o patch de correção ainda não foi lançado. Com a existência de fóruns de cibercrime na dark web e os constantes monitoramentos, as falhas dos sistemas e o combate a esse tipo de ataque torna-se uma corrida contra o tempo para os especialistas de segurança.
Além disso, mesmo após o lançamento dos patchs de correção, a janela de tempo da atualização por parte dos usuários possibilita a continuidade da exploração de ataques zero day. Isso faz deste tipo de ataque um dos maiores desafios de analistas e gestores de cibersegurança atualmente.
Rootkits – controle e roubo de senhas
Assim como os trojans, os rootkits escondem-se em softwares legítimos, para obterem controle remoto e acesso de nível administrativo em um sistema. O cibercriminoso utiliza esse tipo de ataque para roubar senhas, chaves, credenciais e recuperar dados críticos.
O rootkit permanece inativo em sistema, até que o invasor o ative, ou seja acionado por uma persistência do mecanismo. E-mails são meios frequentemente utilizados para distribuir esse tipo de ataque, além de sites com downloads inseguros.
Um rootkit bem elaborado pode, por exemplo, reabrir uma brecha de segurança anteriormente resolvida pela equipe de segurança, devolvendo o acesso indevido ao criminoso virtual e permitindo que ele retome ou continue o seu ataque cibernético. Por isso, mesmo que a empresa possua uma equipe de SOC ou de Resposta a Incidentes, torna-se fundamental ter também profissionais de Análise Forense Digital, que são os especialistas responsáveis pela análise mais cuidadosa dos ativos atingidos em um ataque cibernético e aqueles que podem fazer uma “limpeza profunda” em sistemas invadidos, garantindo que os rootkits sejam eliminados dos ativos antes de seu retorno à operação normal.
Enumerar os ataques cibernéticos é um desafio, por isso listamos aqui os principais. Diante de tantas ameaças surge o desafio: como trabalhar para combater e mitigar essas ameaças?
É o que veremos a seguir.
Ataques cibernéticos: como combatê-los?
Os caminhos para combater as ciberameaças não são tão simples como parecem. Mais do que nunca, os invasores possuem armas poderosas e o cibercrime tornou-se um mercado extremamente lucrativo. As estatísticas apontam que, as ações do cibercrime custarão US$ 10,5 trilhões anualmente até 2025, de acordo com dados da empresa Cybersecurity Ventures.
Sendo assim, é fundamental adotar alguns pilares para lidar com essas ameaças digitais, a saber:
Gerenciamento e proteção de endpoints – muitos dos ataques cibernéticos que listamos aqui exploram vulnerabilidades em dispositivos como celulares, notebooks e tablets, que acessam redes locais ou remotamente. Por tanto, garantir proteção a esses dispositivos é fundamental no combate às ameaças. Além disso, é importante gerenciar, autenticar e supervisionar os direitos de acesso de dispositivos endpoint a uma rede, aplicando políticas de segurança.
Controle de acesso aos sistemas – um dos caminhos de exploração dos invasores são os locais de acesso internos dos sistemas. Portanto, cuidar dos computadores e possuir um sistema de segurança de perímetro instalado é uma forma de prevenir ataques cibernéticos.
Política de senhas – as senhas são literalmente as chaves dos sistemas, a porta de acesso aos dados e informações. Desenvolver senhas fortes, modificando-as regularmente é uma medida de segurança básica, além da habilitação da autenticação de dois fatores.
Treinamento e capacitação sobre o tema – se você deseja combater ataques cibernéticos e lidar com os desafios, é preciso estudar e se preparar. Assim como a tecnologia da informação, a área de segurança cibernética exige dedicação, estudo, atualização constante e muita prática.
E nós podemos ajudar você nessa jornada.
Cenário de insegurança digital: é preciso se preparar
Estamos enfrentando um cenário de insegurança digital, com muitas ameaças e vulnerabilidades. Além disso, diferente dos primórdios da Internet e dos ataques cibernéticos, o crime na superfície digital está em escala global. Estamos testemunhando grupos de criminosos cibernéticos focando em vender kits para execução de ataques, tutoriais para exploração e até serviços focados em distribuição de ameaças cibernéticas.
É hora de se preparar. Se você deseja atuar no mercado de segurança precisa desenvolver habilidades e competências para lidar com essas demandas. O nosso curso From IT To Cyber é um treinamento desenvolvido exclusivamente para ajudar você nessa jornada. Com uma dinâmica imersiva, com a maior parte das aulas voltada para a prática de mercado, você será estimulado a todo momento a colocar a “mão na massa”.
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O que podemos concluir é que os ataques cibernéticos estão sempre acontecendo e sempre ficando mais sofisticados. Por isso, cabe aos profissionais se capacitarem cada vez mais e às empresas e organizações enxergarem a urgência da segurança para sobrevivência digital.
Agora que você já conhece os principais ataques, aproveite para compartilhar e espalhar informações sobre segurança cibernética com seus amigos e familiares. Caso tenha alguma dúvida, é só enviar seu comentário para nós.
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