Real Digital – Moeda Digital Brasileira e seus aspectos de Segurança
Introdução
A história do dinheiro é mais antiga que a história da escrita, aparecendo como uma forma de troca. Contudo, a primeira moeda padronizada e certificada é datada em c. 610-c. 560 aC., de acordo com muitos historiadores.
Viajando no tempo e nas ondas da transformação, o dinheiro foi de ouro, prata, cobre, metal, papel e muitos outros materiais. Hoje, na era digital, os ativos seguem as ondas das transformações tecnológicas e estamos testemunhando o futuro no presente: a digitalização do dinheiro.
Já adiantamos: não estamos falando das criptomoedas e sim das moedas digitais emitidas por bancos centrais. Atualmente 87 países, representando cerca de 90% do PIB global, estão explorando uma CBDC – Central Bank Digital Currency, ou Moeda Digital Emitida por Banco Central, segundo os dados da Atlantic Council.
Mas, afinal: como funciona esse ativo?
Moedas digitais do Banco Central: de onde vem essa ideia?
Quando falamos da história do dinheiro, a moeda é a tecnologia mais antiga, introduzida por volta dos séculos V e VI, quando o valor dela estava vinculado aos metais usados em sua produção.
Já o primeiro registro do dinheiro eletrônico ocorreu em 1990, com a implementação do cartão de dinheiro eletrônico de valor armazenado Avant, da Finlândia. Alguns anos mais tarde, em 1996, nascia a E-gold, com o diferencial de ser uma moeda virtual apoiada por barras de ouro reais. Em essência, negociar E-gold era basicamente o mesmo que trocar a propriedade do ouro, mas anonimamente.
Anos mais tarde, surgiram as criptomoedas e a blockchain, que inspirou o conceito das CBDC. Sendo assim, não temos de forma precisa a data de criação da primeira moeda digital por um banco central. O que sabemos é que o Paquistão foi um dos primeiros países a anunciar planos para uma CBDC, em 2019.
Contudo, foram as Bahamas que emitiram a primeira moeda digital de um banco central no mundo, que cobriu o país inteiro, o Sand Dollar, em outubro de 2020. Essas datas sinalizam que a ideia de uma moeda digital emitida e controlada pelo banco central é uma ideia recente na economia global, onde o banco central permite que os cidadãos mantenham contas nele, fornecendo um meio público de poupança ou pagamento confiável e seguro.
Essa é uma característica intrínseca da CBDC que a torna diferente das criptomoedas, como veremos a seguir.
Real Digital: mais uma criptomoeda?
O real digital é a moeda virtual brasileira, um projeto iniciado em 2021, que deve ser lançado em uma fase de piloto ainda em 2022, estendendo-se ao longo de 2023. Seguindo a onda mundial das moedas digitais de Bancos Centrais, o Brasil está desenvolvendo o real digital para facilitar as transações financeiras.
As diferenças entre as CBDC e as cripto são significativas. As criptomoedas foram criadas para aplicar o princípio do dinheiro de maneira descentralizada, sem a necessidade de um órgão ou banco central para regulamentar as operações. Já as CBDC são emitidas diretamente pelo banco central, possuindo o controle da criação e da circulação de moedas digitais, sendo, na verdade, uma alternativa às criptomoedas.
Como funciona o Real Digital?
Os processos envolvendo as transações do real digital acontecerão por chaves da Blockchain. A Blockchain é uma tecnologia para operar transações, um tipo de banco de dados digital, que funciona como um livro de registros de transações financeiras.
Essa tecnologia é muito segura porque, cada vez que um novo bloco de informações é adicionado, ele torna os blocos anteriores não modificáveis. Quanto mais registros e blocos, mais seguro ao longo do tempo.
Real Digital e Segurança: benefícios e desafios
A criação de uma moeda digital nacional possui benefícios e desafios diversos, por essa razão o tempo de teste e pesquisa é executado, para que os desenvolvedores e os responsáveis pelo projeto consigam entender os impactos dela na economia e na sociedade.
Entre os benefícios do real digital, podemos destacar:
- Uma moeda de troca praticamente sem custos;
- Facilidade nas transações e liquidação;
- Estímulo à inovação tecnológica;
- Maior rastreabilidade, reduzindo as fraudes financeiras
Além desses benefícios, o real digital possui vantagens significativas para a segurança, desde a tecnologia utilizada nas transações, que conta com uma estrutura digital que será um reforço contra fraudes e falsificações através dos recursos da blockchain e da criptografia.
Dando um zoom na questão da segurança, podemos entender que a tecnologia da blockchain auxilia na redução dos ataques cibernéticos, já que as informações das transações viajam como “pedaços”, de maneira criptografada pela internet, dificultando golpes financeiros que miram nas operações bancárias.
Apesar do sucesso de adesão e eficiência do PIX, os desafios para a moeda digital brasileira ainda são diversos. Contudo, podemos sim, esperar transformações muito positivas com o real digital. Afinal, as transações digitais já são predominantes no Brasil e apenas 3% dos recursos disponíveis para operações estão na forma de papel-moeda, de acordo com os dados do Banco Central.
Assim como a história, a economia sofre modificações ao longo do tempo, sendo a tecnologia um agente fundamental para gerar melhorias e novas possibilidades. Nesse cenário, o real digital promete ser muito útil para os brasileiros. E agora que você já sabe o que é e como funcionará a próxima geração da moeda nacional, aproveite para compartilhar com seus amigos e familiares.
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